terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Não desiste...




Mick Huckabee continua a surpreender. Quando muitos analistas já aventavam a sua desistência, o antigo pastor baptista venceu no Alabama, em West Virginia e Arkansas. O seu discurso de vitória manteve o mesmo cariz conservador, truculento mas irónico e deixou claro que se manterá na corrida até for designado o candidato republicano às eleições presidenciais.


Huckabee comparou ainda a sua situação com a dos New Iork Giants que contra todas as expectativas derrotaram os Patriots na final do Superbowl... Será que os mundos da política e do desporto mais mediático dos EUA irão coincidir?

Conservadores descontentes?


John McCain ganhou de forma categórica a eleição em Connecticut. Bill Schneider, analista da CNN, explica que a maioria esmagadora dos republicanos do estado supra - citado estão descontentes com a administração Bush e, portanto, votam pela mudança. Se este raciocínio estiver correcto, McCain já ganhou!! Duvido que haja muitos republicanos satisfeitos com o estado da arte... Se os houver, isso já não é convicção republicana, já é obstinação e cegueira! Enfim...

ITD

Podem ler o texto sobre o papel do Estado da Califórnia na super tuesday de hoje em : http://presidenciais2008.wordpress.com/2008/02/06/california-terra-de-sonhos-para-quem/

É HOJE!!!


Finalmente chegou o dia - é hoje a super tuesday! Cerca de 20 estados vão votar nas eleições primárias norte - americans. A expectativa é grande. A vitória na noite de hoje pode ser determinante para o futuro dos candidatos.


Creio que, no lado dos democratas, Hillary Clinton parte com uma ligeira vantagem pela sua vitória no debate realizado em Los Angeles. Além disso, os estados de New Iork e New Jersey são redutos democratas onde a senadora dispõe de clara predominância.

Não obstante, Barack Obama tem subido nas sondagens, designadamente no estado da Califórnia. Até que ponto o efeito Oprah poderá inverter as previsões a seu favor? Fica a questão.


Por outro lado, no GOP, penso que dificilmente Romney conseguirá impedir a vitória de McCain. Este regista uma dinâmica de vitória que dificilmente poderá ser travada (e tem o apoio de Giuliani).


Uma noite eleitoral para acompanhar a par e passo aqui no blog e no observatório do ITD - http://www.presidenciais2008.wordpress.com/.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

FACEBOOK ou a importância das TIC na mensagem política...


Tornou-se uma constatação banal a de que vivemos num mundo global - " global village". De facto, as novas tecnologias da informação e comunicação quebraram as barreiras entre os países e aproximaram os povos. Esta realidade é já uma evidência. Agora, o que é curioso é a repercussão que os referidos meios estão a registar a nível político. A campanha para as primárias nos EUA é um exemplo elucidativo.


Com efeito, em tempos pretéritos, os candidatos às presidenciais eram lançados nos talk - shows mais mediáticos, como o Larry King ou o Late show with David Leterman. Assim, os candidatos começavam a conquistar popularidade, criavam expectativas e, concomitantemente, iam arrecadando fundos financeiros para as respectivas campanhas.


Neste contexto, o contacto directo com os eleitores sucedia apenas esporadicamente, designadamente aquando das deslocações dos candidatos aos diversos estados. Verificava-se, pois, um significativo gap entre os eleitores e os potenciais eleitos. Não é assim nos tempos que correm - a internet veio permitir uma interacção mais imediata com os candidatos (ou, pelo menos, criar essa ilusão) e modificar o discurso político.


Abordo esta questão no seguimento das declarações de Mark Zuckerberg (CEO do Facebook) proferidas na entrevista que concedeu à CBS. Segundo o criador da rede social que ameaça fazer frente ao Google, as eleições têm sido acerrimamente discutidas entre os seus utilizadores.

Este facto corrobora a percepção geral de que os jovens estão a mobilizar-se em grande número e a ser um elemento bastante activo nas presentes eleições. Prova, ainda, a eficácia da internet para exponenciar a capacidade dos políticos para comunicar com as massas.


Ademais, se analisarmos o debate sobre as presidenciais que tem sido travado no Facebook, inferiremos que há uma clara predominância de apoiantes democratas em relação aos republicanos. Compreende-se: o partido democrata é mais heterogéneo e concita o apoio da maioria dos jovens.


Por último, note-se ainda que Barack Obama é o candidato predilecto dos que visitam o Facebook. Mais uma vez, esta dado não surpreende: os americanos em geral e os jovens em particular anseiam pela mudança, por um candidato irreverente no sentido de ser capaz de estabelecer a ruptura com o status quo, por um candidato que devolva a esperança. Esse candidato é Obama.





O Regresso do Herói


No início, a candidatura de McCain era qualificada como cinzenta, pouco galvanizadora, sem possibilidades de vencer face ao (então) favorito e inexpugnável Giuliani. Outros chegavam ao paroxismo de afirmar que a sua candidatura era uma vendetta , um ajuste de contas pela sua não eleição nas primárias ocorridas em 2000, onde confrontou o actual presidente George W. Bush.
Relembro que McCain nunca foi considerado um candidato com efectivas possibilidades de vencer - as sondagens remetiam-no para uma posição pouco lisonjeira e os críticos zurziam amiúde a sua campanha. O antigo combatente americano na Guerra do Vietname parecia, assim, arredado da corrida presidencial, mormente após o surgimento de candidatos como Romney ou Huckabee.
Actualmente, a realidade é bem diferente. McCain mostra ter uma virtude que começa a rarear nos políticos contemporâneos: sabe esperar, isto é, tem a lucidez para adaptar a sua actuação às circunstâncias. Após o desaire eleitoral em Iowa, percebeu que a vitória em New Hampshire seria determinante e, por conseguinte, concentrou esforços e meios para a alcançar. E bem - em New Hampshire surgiu um McCain renovado ao ponto de a prestigiada revista Time anunciar que ” McCain is back”. E não se enganou.
Com efeito, McCain é, sem dúvida, o candidato ideal para os republicanos. Porquê? Ora, a explicação remete para duas vertentes: os factores intrínsecos do candidato e factores extrínsecos ou conjunturais.
Os factores intrínsecos abrangem a imagem que o candidato transmite para o eleitorado, a sua empatia. Neste âmbito, McCain apresenta diversos pontos fortes. Destaco:
1. A imagem de seriedade - McCain identifica os problemas dos americanos com seriedade e apresenta soluções sem enveredar pela solução simplista do populismo leviano;
2. A genuinidade - creio que a campanha é pensada até ao mais ínfimo pormenor , mas a sensação que deixa transparecer é de que McCain age por si, guiado pelas suas convicções e (por que não?) pelas suas emoções. Este é um elemento fundamental para aproximá-lo dos eleitores e criar uma empatia positiva com estes;
3. A idade - ao invés do que tem sido a opinião maioritária dos analistas, penso que a idade mais avançada de McCAIN é uma vantagem - e não um handicap. De facto, a idade confere -lhe um ar de senador, de primus inter pares e inspira confiança.
Por outro lado, convém mencionar um factor extrínseco que é crucial - o facto de McCain ser o candidato que mais pode estabelecer a ruptura com o legado da Administração Bush. Sempre defendi que o candidato que irá vencer é aquele que melhor conseguir explicitar as suas diferenças em relação a Bush. Ora, McCain, sem ser truculento (até porque no GOP existe uma convenção desde Ronald Reagan que não permite um republicano criticar publicamente outro republicano), tem sabido marcar a clivagem com o status quo em relação às questões mais candentes da sociedade norte - americana.
Com os apoios do Governador da Califórnia e de Rudy Giuliani, creio que McCain será, ceteris paribus, o candidato dos republicanos.
Em suma, McCain personifica a determinação e ambição políticas. Teve um enorme mérito em não desistir nos momentos muito complexos da sua campanha. O que não constitui surpresa - McCain é um combatente e um patriota. E os patriotas não resignam.
Por ora, McCain é o “herói” dos republicanos. Conseguirá ser o “herói” dos EUA em Novembro?

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Leiam...

Consultem o site do observatório das eleições americanas do ITD : www.presidenciais2008.wordpress.com. Poderão ler o meu novo artigo denominado crónica de uma morte política anunciada.